A história das sapatilhas de ponta se mistura com a história da técnica do ballet clássico, elas evoluíram juntas, mas é raramente atribuído às sapatilhas de ponta o reconhecimento de impulsionar o desenvolvimento da técnica clássica .
O Ballet foi introduzido na Corte da França no século XVI, pela princesa italiana Catarina de Medicis.
Os bailarinos se apresentavam mascarados e caracterizados de cortesãos, dançavam dentro da corte, a partir daí foram surgindo os grandes espetáculos e começou-se fazer a classificação do nome dos passos e posições básicas que são os mesmos que você faz todos os dias na aula.
O rei Luis XIV por volta de 1600 especialmente, amava dançar e estrelar as produções do ballet da corte. Quando ele se tornou muito velho e gordo para se apresentar, continuou a ser um dos maiores defensores da arte. Fundou então o Académie Royale de Danse, que mais tarde se tornou o Ballet da Ópera de Paris.
Porém Ballet tratava-se de uma “atividade masculina”. A bailarina ainda não tinha entrado na essência. As mulheres não podiam participar do mesmo modo que homens por causa de suas roupas.Os homens vestiam colants, que davam a eles maior liberdade de movimento assim eles poderiam saltar e realizar sequencias diferenciadas. As mulheres tinham que usar perucas pesadas e enormes vestidos, saias cheias, pesadas e sapatos com saltos, e não esqueça, coletes apertados que limitavam a respiração e curvar-se então.....nem pensar. Para piorar a situação, como as bailarinas tinham saído dos salões de baile dos palácios reais e estavam em uma etapa inicial nos teatros, as mulheres tinham que aguardar que fossem aprovadas pela sociedade de artistas.
Em torno de 1730 danse haute substituiu danse basse, os dançarinos foram para o ar, em lugar de só mudarem elegantemente de uma pose para outra, eles começaram a pular, saltar e arremessar-se. E as mulheres então começaram a rebelar-se contra suas fantasias restritivas. Marie Sallé literalmente deixou seu cabelo cair e fez roupas mais soltas para seu ballet D 'action. Sua rival, Marie Ann Cupis de Camargo tirou os saltos de seus sapatos, e escandalizou ao encurtar suas saias para apresentar aqueles novos passos.
O século XVIII viu um notável crescimento das bailarinas e expansão do vocabulário de ballet incluindo assim mais saltos e giros.
Marie Taglioni freqüentemente recebe o crédito e a responsabilidade por ter sido a primeira a dançar na ponta.
Em 1832, Marie Taglioni dançou La Sylphide inteiro na ponta. Mas existiram dançarinos antes dela que subiram nas pontas , DE SEUS DEDOS DO PÉ, e é até possível que Mme. Camargo tenha feito isso cem anos antes. Existem referências em jornal de várias bailarinas com "dedos do pé fantásticos" ou de "caindo de seus dedos". É até possível que Mme. Camargo tenha feito isso cem anos antes.
Existem referências em jornal de várias bailarinas com "dedos do pé fantásticos" ou de "caindo de seus dedos".
Mas quem quer que seja realmente a primeira, foi Taglioni que abriu caminho para o desenvolvimento e a revolução da técnica do ballet, ,Transformou os dedos dos pés em dança, o que tinha sido meramente uma acrobacia e um tipo de truque de circo, se tornou meio de expressão artística, dramática, bem como, uma proeza técnica.
A bailarina está sempre representada como uma mulher que não está restrita à Terra, de tão delicada seria capaz de se equilibrar em uma flor. Taglioni , em seu longo tutu branco, completamente simples (se comparado com o ornamentado vestuário do século anterior) conseguia passar toda a pureza e virtude feminina. Quando subia nas pontas alcançava uma leveza etérea e uma graça de outro mundo.
Dançar nas pontas não foi apenas mais um feito, como o primeiro entrechat quatre, mas um meio de realçar o drama através da expansão do papel feminino.
Assim como o trabalho de pontas foi incluso, entre outros passos, a pirueta simples e o pique também foram. O alinhamento das bailarinas também era diferente. Elas eram menos verticais, menos alongadas, seu quadril era solto para trás e seu tronco ligeiramente para frente. Não eram “em cima dos pés” como os bailarinos de hoje.
Como elas poderiam ficar sem suporte em seus pés?
Taglioni calçava sapatilhas de cetim leve, que se ajustavam como luvas. Elas tinham sola de couro e cerziduras nas laterais e em baixo, não na ponta. A sapatilha de ponta, como nós sabemos, não evoluíram muito até os dias de hoje.
Pierina Legnani foi a primeira bailarina a realizar os famosos 32 fouettés nas pontas, causando enorme sensação.
Logo a seguir as bailarinas russas começaram a buscar a técnica de Legnani, mas logo perceberam que as frágeis sapatilhas que usavam não suportariam. Pediram aos seus sapateiros que criassem uma sapatilha mais dura.
Os italianos contribuíram para outra mudança o encurtamento da saia, que mais tarde evoluiu para o tutu. Virginia Zucchi era uma grande e belíssima bailarina, ela se recusou a dançar com uma roupa que, em suas palavras, tinha sido feita para sua avó.
Petipa, como coreógrafo, fez grande uso deste novo “equipamento” para os pés. Fez múltiplas piruetas nas pontas, sustentações de balances, promenades e pulos nas pontas, eram todos obrigatórios para as bailarinas. (Um legítimo Grand Pas de Petipa exige todos esses passos, além de outros.)
Com o passar do tempo, exigia-se que a bailarina fizesse mais na ponta porque ela podia fazer mais. Quanto mais a coreografia exigia da bailarina, mais ela tinha que exigir de sua sapatilha. A palmilha se tornou mais dura, as caixas cada vez mais reforçadas e a plataforma ficou mais larga.
Agora, no século XXI, a bailarina tem que ser extremamente versátil. Ela precisa não somente dominar o trabalho de ponta dos Grand Pas de Petipa mas também a enorme variedade de desafios coreográficos que acumulou desde então. Pode-se exigir palmilhas quebradas, bons arcos de pé. Ou ainda, demandar extrema agilidade, leveza e flexibilidade, rolando de uma ponta para outra, como em ballets de Balanchine.
Seria impossível dançar ballets do século XX com sapatilhas do século XIX, e o oposto também é difícil.
Muito mais tarde o Royal Danish Ballet decidiu colocar algumas das piruetas e balances na ponta ao invés de na meia-ponta, as bailarinas tiveram um enorme problema: como conseguir uma sapatilha suave o bastante para os saltos, mas suficientemente forte para os balances e piruetas? Algumas resolveram o problema usando uma sapatilha suave em um pé e uma forte no outro. Elas saltavam com o lado suave e faziam as piruetas e balances com o lado forte.
Ainda hoje a maioria das sapatilhas de ponta é feita do mesmo material que foi usado nas sapatilhas de Pavlova. Embora as sapatilhas tenham evoluído, ficando mais duras e com uma caixa maior, seus materiais básicos de construção ainda são antiquados: Couro, aniagem, papel, cola e pequenos pregos. Isso cria um grande problema para as bailarinas de hoje. Uma sapatilha de ponta nova é excessivamente dura, porque a palmilha e a caixa são excessivamente fortes. Uma vez quebrada, permiti a articulação do pé realizar facilmente os saltos e subir na meia-ponta, normalmente dura pouquíssimo tempo.
O uso da sapatilha de ponta é mais doloroso do que precisa ser e nada é feito para minimizar o trauma. Na sua grande maioria as Companhias de dança e os próprios bailarinos, não podem pagar por sapatilhas mais duráveis. Esse problema não pode ser solucionado com materiais e métodos de produção medievais, como ainda é feita a sapatilha de ponta.
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